A BELEZA NÃO É ATRIBUTO FUNDAMENTAL

Entre os mitos do amor não providos muito acreditados encontra-se o da beleza.
Diz-se que a paixão pede a beleza para crescer chega se de afirmar: “ as feias que me perdoem, mas beleza são fundamentais”. Já na descrição homérica da guerra de Tróia, atribuía-se o conflito à beleza de Helena, reforçando crença no poder da estética e em sua importância para o florescimento do amor.
No entanto, as coisas não se passam bem assim na realidade. Se a beleza fosse imprescindível para o amor onde ficariam todos os feios e as feias que conhecemos, provavelmente a maior parte da população? Eles procurariam perguntar ao poeta para que seria a beleza fundamental. Como a beleza é menos frequente do que eu a feiura, podemos presumir que a maioria formada pelos feios dê valor à qualidade que lhes é ausente e, por essa razão, haveria uma ponderável parcela de pessoas valorizando, até excessivamente, a beleza como qualidade importante na busca de um parceiro. Para confirmar esta hipótese, que certamente já não primava pela beleza na época em que criou a famosa frase.
Frequentemente vemos casais que nos chamam à atenção exactamente por serem singularmente díspares, pois, enquanto um í muito bonito, o outro é muito contrário. É provável que isso se deva a um fenómeno bastante comum, a atracção dos opostos. Tanto como uma pessoa feia pode valorizar a beleza como a qualidade que busca no seu parceiro, a pessoa bonita pode se desinteressar por uma qualidade que, para ela, não passa de um dom natural, em geral escassamente apreciado por ser fruto de um especial esforço, por não ser uma conquista, mas algo recebido, por assim dizer, de mão beijada.
Na verdade, se pensarmos friamente, a beleza como característica desejada no parceiro que buscamos deve vir uma posição não muito destacada, visto que existem muitas outras qualidades que são de facto mais fundamentais quando procuramos nosso companheiro de viagem pela vida. Honestidade, inteligência, capacidade de amar, diligência, generosidade, bondade, disciplina pessoal e saúde são algumas das qualidades que valorizam uma pessoa mais que simplesmente sua formosura. Daí a sabedoria popular afirma que “beleza não põe mesa”.

Não resta a menor dúvida de que a beleza abre as portas, facilita um primeiro contacto, cria imã impressão favorável e uma predisposição positiva nas pessoas. Até porque ela tenda ser vista como expressão externa do algo interno, ou seja, mostra-se como uma prévia de qualidade a percebidas posteriormente.
Tendemos acreditar que uma pessoa é boa e inteligente simplesmente porque é bela. Isso, porém, pode se tornar uma faca de dois gumes na medida em que se passa a esperar um melhor desempenho e um maior leque de qualidades em uma pessoa, apenas pelo facto de ser bonita.
É encontrarmos entre mulheres como corolário do mito de beleza fundamental um outro mito: o da capa de revista. Muitas mulheres tendem a ficar inseguras quando disputam um namorado com outra que considera mais bonita ou quando percebem seu homem manifestar interesse por uma mulher do ti “capa de revista”. Na imaginação, acolhe ideia de que os homens tenderiam a procurar mulheres especialmente bonitas para serem suas parceiras, o que viria a se encaixar com a ideia de que a beleza seria mesmo a qualidade mais valorizada por eles. Podem até existir aqueles que colocam a beleza em primeiro lugar, mas é muito provável que sejam a maioria. A maior parte dos homens está em busca de mulheres com outras qualidades consideradas mais fundamentais.

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